25/02/2016

Resenha: Lua de Larvas

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  Classificação: 5/5, Ficção, 298 páginas, Editora: WMF Martins Fontes

“Para vocês, sonhadores, que foram deixados de lado na escola e jamais ganharam prêmios. Para vocês, a quem o amanhã pertencerá.”

Alguém gosta de distopias? Bom, antes, deixa eu te dar uma ideia sobre o que seja isso!
“lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação.”

Pegou a ideia? Pois bem, histórias com uma temática de uma realidade diferente da habitual, como por exemplo: mundos fantásticos, governos autoritários, pessoas vivendo em extrema opressão… enfim, um mundo diferente! O marco das distopias são os governos autoritários, ditatoriais. 

Dito isso, vamos a história retratada em Lua de Larvas!
– Por que desse título?
– Durante a leitura, perceberá de forma bem simples, porém triste, porque o nome lua de larvas! ( Isso mesmo, sem spoilers)
Standish Treadwell é um garoto de 15 anos, heterocromático ( tem olhos de cores diferentes) e que tem dificuldades no aprendizado na escola. Mas não se engane, apesar dele sofrer fortes agressões físicas e verbais dos valentões, alegando que ele é “burro”, Standish é um gênio! Entenderá mais adiante como essas duas palavras tão antagônicas, burro e gênio, estão na mesma sentença.
Ele e seu avô vivem numa espécie de regime autoritarista, como um militar. Chama-se Terra Mãe, que tem uma presidenta, só que esta nunca é apresentada com muitos detalhes na trama.
A história é narrada por Standish, que conta como é sua vida após do seu melhor amigo, Hector, ser levado pelas tropas da Terra Mãe. Assim como nos livros de Jogos Vorazes, as pessoas são divididas em zonas ou áreas, no caso de Standish e seu avô, ficam na sete. A pior e mais devastada de todas as outras áreas. Onde depois das guerras, as moradias ficaram destruídas e as que sobraram eram quase que inabitáveis.
O Sr. e a Sra. Treadwell também foram levados, ninguém sabe o que aconteceu com eles, por isso,Standish chega a confirmar de forma bem enfática que não sabe a diferença entre o sumiço e a morte. A narrativa é deveras tocante e completamente fluída. Você pode ler em questão de horas ou dias, também não tem problemas, só leia! 
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Cabe a Standish e seu avô, mais um grupo de rebeldes locais lutar contra a tirania e conseguir a tão esperada liberdade, intrínseca dentro de todos nós.
O que eu pude aprender com a história em Lua de Larvas foi o valor de uma amizade, de família, de amor. Termos muitos clichês? Desculpem, às vezes esqueço que nós humanos estamos vivendo em uma época onde as pessoas não tem mais respeito e amor umas pelas outras.
Contudo, descobri com Standish que, talvez aquela pessoa de quem nós não esperamos nada, é aquela que vai lá e supera todas as expectativas, torna-se o herói. Hoje os papeis estão se invertendo, muitas vezes o mocinho, não precisa ser o mais bonito ou o mais inteligente, basta ele ter um bom coração com atitudes elogiáveis e um caráter social.
Costumamos dizer que somos pessoas boas e fazemos o que é bom, mas, será mesmo? Quando vemos alguém em dificuldade, será que ajudamos? E se ajudamos, é por interesse genuíno ou só com o objetivo frio de obter algo em troca? Bom, fui surpreendida no decorrer da narrativa com um dos atos de Standish, ele sim, mostrou que ser bom e fazer coisas boas é ajudar até mesmo um inimigo quando ele está passando dificuldade.
Amor? Você ama alguém? Bom, então o quanto está disposto a se sacrificar por aquela? Digo um sacrifício, não como uma forma de heroísmo bajuladora, mas com atitudes que demostram o quanto você se importa, o quanto você cuida e protege aqueles a quem ama.    Essa sem dúvidas é uma história comovente e o que mais me chamou a atenção foi a sequência de fatos, pois quando chegamos ao ápice da história, ela acaba. Mas que final! Ficamos com aquele gostinho de quero mais! Uma delícia… muito bem escrito, admito!
Então, se você está em busca de uma nova aventura, não deixe de conferir as palavras de Standish Treadwell onde provou que o impossível é só uma questão de ponto de vista!

Priscila Quézia Azevedo.

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